Atriz Maria Padilha

A   Atriz Maria Padilha  é  hoje  a  maior  atriz  nos  palcos  brasileiros  ,  e  em  lingua  portuguesa  sua  melhor  interprete  ,  muitos  falam  de  outras  profissionais  ,  mas  Maria  Padilha  é  de  fato  UNICA  ,  com  amplo  dominio  da  lingua  portuguesa  ,  que  chega  a  assustar  ,  ela  com  sua  beleza  singular  se  torna   uma  estrela  de  maxima  grandeza   em  qualquer  palco  ,  embora  muito  prejudicada  na  TV  ,  por  problemas  tecnicos  como  tomadas  de  cenas  ,  onde  diretores  e  cameras  man  desconhecem  certas  tecnicas  para  obter-se  o  maximo ,  o  melhor  de  uma  profissional  como  Maria  Padilha  ,   ela  domina  cenas  ,  dialogos  e  torna-se  unica  ,  para  delirio  de  fans.  Ela  que  tem centenas  de  trabalhos  realizados  ,  é  definitivamente  fantastica  ,  quando  escrevi  sobre Zarah Leander  e  vendo  o  video  onde  ela  interpreta  a  canção  "kann denn liebe sünde sein?"   ,   http://www.youtube.com/watch?v=0zDL4j9haQ0&feature=player_embedded#! /   ,   ficou  impossivel  não  lembrar  de  Maria  Padilha  ,  acredito  que  o  lindo  olhar  em  cena  de  Zarah Leander  vive  hoje  em  Maria  Padilha  .



 Atriz  Maria Padilha Gonçalves, conhecida por Maria Padilha (Rio de Janeiro, 8 de maio de 1959)

 Fundadora e integrante do grupo Pessoal do Despertar, é intérprete assídua no teatro, muitas vezes assumindo o papel de idealizadora e produtora dos projetos em que atua.
  
A atriz já foi casada com o diretor Paulo Reis, com o poeta Geraldo Carneiro e com o ator inglês Adam Kotz, mas, no papel, só com o iluminador Orlando Schaider, 37 anos, seu marido há dois anos.  .


Maria Padilha Gonçalves começou a fazer teatro em 1976 como uma das pupilas de Maria Clara Machado no Tablado. 


Faz sua formação em cursos livres e inicia a carreira atuando em infantis. Em 1979, está em O Despertar da Primavera, de Frank Wedekind, com direção de Paulo Reis. A montagem dá origem ao grupo Pessoal do Despertar, do qual participa ativamente atuando e produzindo em todos os espetáculos. Em 1982, atua em Quero, de Manuel Puig, com direção de Ivan de Albuquerque. No ano seguinte, projeta-se em O Círculo de Giz Caucasiano, de Bertolt Brecht, último espetáculo do Pessoal do Despertar, e participa de Apenas Bons Amigos, colagem de textos com direção de Antônio Pedro. 


Sob a direção de Aderbal Freire-Filho, integra o elenco de As You Like It ou Uma Peça Como Você Gosta, de William Shakespeare, 1985. Em 1986, atua em Amor por Anexins, de Artur Azevedo, com direção de Luis Antônio Martinez Corrêa, e destaca-se no espetáculo A Bandeira dos Cinco Mil Réis, de Geraldo Carneiro, com direção de Aderbal Freire Filho, em que realiza também a produção. 


A crítica Marília Martins considera que a atriz diferencia com muita perícia os quatro personagens que desempenha, usando da voz ao gesto para uma composição "de comunicação direta e humor certeiro".  O crítico Macksen Luiz identifica na atriz um constante crescimento artístico: "(...) Maria Padilha amadurece a cada nova montagem. A diferença que estabelece entre a Isabel jovem e a mais velha já seria suficiente para confirmar este amadurecimento. As composições como a Índia e como Canhori são extremamente cuidadas". 


Em 1987, novamente dobrando função, faz Lucia McCartney, adaptação de Geraldo Carneiro para o romance de Rubem Fonseca, com direção de Miguel Falabella. Em 1989, realiza Lulu, de Frank Wedekind, com direção de Naum Alves de Souza. 


Seguem-se La Ronde, de Arthur Schnitzler, 1991, e No Coração do Brasil, de Miguel Falabella, 1992. Em 1994, interpreta a moribunda de Nelson Rodrigues em A Falecida, com direção de Gabriel Villela. A crítica Barbara Heliodora nota que "Maria Padilha tem atuação muito superior a seus trabalhos anteriores e faz uma Zulmira marcante".


 Macksem Luiz, por sua vez, comenta: "Sobre Maria Padilha recai a maior responsabilidade de circular pela ritualidade e pelo melodrama que o encenador impõe. A atriz sustenta com vigor o plano ritual (...)".


Em 1996, atua em O Mercador de Veneza, de William Shakespeare, com direção de Amir Haddad. Em 1999, interpretando a Macha de As Três Irmãs, de Anton Tchekhov, com direção de Enrique Diaz, divide o palco com Julia Lemmertz e Cláudia Abreu. No mesmo ano, assume a direção artística do Teatro Glória. Em 2001, atua ao lado de Pedro Cardoso em Mão na Luva, de Oduvaldo Vianna Filho, novamente com direção de Amir Haddad.


Ao longo de sua carreira, Maria Padilha atua eventualmente em televisão, mas não esconde que o teatro é seu maior objetivo. 
TV destacou-se em novelas da Rede Globo como Mico Preto, O Dono do Mundo, O Cravo e a Rosa e Mulheres Apaixonadas.
Nos créditos da novela Água Viva, exibida em 1980, aparecia lá, discretamente, um nome um tanto longo e ainda desconhecido. Só chegou à tevê quatro anos depois em um papel nada diferente da sua realidade: uma jovem do Posto 9 de Ipanema, que passava horas jogada na areia. 


Foi durante as gravações de Água Viva que a atriz viveu uma das situações mais inusitadas. Com Tônia Carrero, Maria Zilda e Glória Pires, ela gravaria uma simulação de um topless, a febre daquele verão. Os freqüentadores de Ipanema, sempre tidos como liberais, repreenderam as atrizes, que usavam um adesivo nos seios. “Quando perceberam que faríamos topless, nos expulsaram jogando latas e areia”, lembra a atriz. “Acabamos por gravar em São Conrado, na época bem menos badalada.”


Nesses  anos que se seguiram, Maria Padilha aposentou o Gonçalves do sobrenome e se destacou nas novelas O Dono do Mundo e O Cravo e a Rosa. Hoje,  ela viveu a Hilda de Mulheres Apaixonadas. Mas é com o palco que Maria Padilha sempre viveu uma paixão sem limites. 


Obstinada em montar A Falecida, de Nelson Rodrigues, Em 1994, surpreende o público ao aceitar posar nua para uma revista , foi capa da revista Playboy em março de 1994,  e declarar que o faz para pagar a produção de A Falecida.. Com o cachê, viveu a grande personagem de sua carreira. E ninguém reclamou ou pensou em jogar latas na atriz depois do que viu.


Consagrada no teatro permanece ligada às suas origens de vanguarda produzindo espetáculos com diretores jovens ou à margem do mercado, na busca de novas e inusitadas experiências cênicas. 




Maria Padilha  19/04/2011 
“Não me levo a sério”

Em cartaz no Rio de Janeiro com o espetáculo A Escola do Escândalo, a atriz Maria Padilha diz que aprendeu a superar suas perdas com bom humor e revela que está, há dois anos, na fila de espera para adotar uma criança

Maria Padilha é boa de assunto, de risos e de gestos. Mas é só entrar na mira da máquina fotográfica que surge outra mulher, mais contida. Assumidamente reservada, ela parece ser o oposto da ex-camponesa deslumbrada Rosália, que interpreta em A Escola do Escândalo, peça dirigida por Miguel Falabella em cartaz no Rio, cuja história gira em torno de uma série de intrigas e critica o interesse sobre a vida alheia. “Sou péssima fofoqueira”, diz a atriz, de 51 anos. Em um bate-papo em seu confortável apartamento na Lagoa, no Rio, ela revela que leva a vida com bom humor, mesmo nas horas mais difíceis, como a morte da mãe, quando ela tinha 10 anos, e a do pai e a da irmã, em 2005, em um intervalo de quatro meses. “É uma estratégia de sobrevivência”, afirma ela, que foge do papel de vítima. “Prefiro rir de mim mesma. Eu me acho ridícula, não me levo muito a sério.” 

Sem fazer uma novela inteira desde 2003, quando atuou em Mulheres Apaixonadas, Maria fez uma participação especial em dois capítulos de Insensato Coração como Marlene, uma das namoradas do conquistador Teodoro, papel de Tarcísio Meira. O sumiço da TV tem a ver com um desejo antigo: ter um filho. “Estou tentando adotar uma criança. Não posso fazer uma novela, chegar um bebê e eu não saber o que fazer. Estou há dois anos numa fila”, afirma.

A seguir, ela fala sobre trabalho, vaidade e conta como está se preparando para ser mãe: “Espaço na casa eu tenho bastante. No coração, sempre tive”. 

  Por que passou a fazer menos novelas? 


MARIA PADILHA: Tive convites maravilhosos, mas ou tinha um projeto de teatro ou coincidia com um filme. Também estou tentando adotar uma criança. Não posso fazer uma novela, chegar um bebê e eu não saber o que fazer. Estou há dois anos numa fila. Achei que você conseguia o certificado e pronto. Então, algumas novelas deixei de aceitar porque tinha acabado de conseguir o certificado. Quero uma criança que tenha até 4 anos. Isso é difícil à beça no Brasil. É uma burocracia nojenta. 

"No colégio, o professor falava: ‘sua caderneta não está assinada’. Eu respondia: ‘meu pai viajou’. Ele perguntava: ‘ e sua mãe?’. E eu dizia que ela morreu. Sabia que ia causar constrangimento e seria liberada."

  Não quis engravidar? 


MP: Foi uma opção durante algum tempo. Depois, acho que já não tinha um casamento firme para ter um filho. Nunca quis produção independente. Talvez idealizasse uma situação, exatamente por ter perdido a mãe cedo. Pensei que tinha que ser mãe, pai e filho. Pensei demais, calculei demais e deixei passar. 



Como se prepara para ser mãe? 




MP: Espaço na casa eu tenho bastante. No coração, sempre tive. 



Sente-se grávida? 




MP: É como se fosse uma gravidez, mas longa. Pensei que seria mais curta (risos). Eu fico toda hora pensando e preparando. Imaginando se a escada da casa não vai ser perigosa... Mas a justiça brasileira é preguiçosa. Não sonhei com nada porque estou muito aberta para o que vier. Escolhi que (a criança) tenha até 4 anos para eu poder influenciar e ajudar a formar sua personalidade. 

  Querer ter um filho tem a ver com carência? 




MP: Acho que tem vários tipos de amor. Tem um amor que é de criar. Você não vai conseguir colocar numa peça, numa casa, no marido. E um tipo de amor para filho, mesmo. 

  Durante a sessão de fotos para esta entrevista você ficou tímida... 




MP: É que estou sem personagem. Com personagem sou uma macaca, mas sou tímida. Antigamente eu era uma ostra. Hoje, entre amigos íntimos, posso até ser engraçada, histriônica. Mas tenho muito senso de humor, o que é fundamental. 

  O senso de humor a ajudou? 




MP: É uma estratégia de sobrevivência e funcionou desde cedo sem eu saber. Tive uma perda muito grande: minha mãe, que morreu quando eu tinha 10 anos. Lembro que, no colégio, o professor falava: “Sua caderneta não está assinada”. Eu respondia: “Meu pai viajou”. Ele perguntava: “E sua mãe?”. E eu dizia que ela morreu. Sabia que ia causar constrangimento e seria liberada. Não gosto do lugar da vítima. Prefiro rir de mim mesma. Eu me acho ridícula, não me levo muito a sério. 

  Quando se sente ridícula? 




MP: O ator, em geral, é meio ridículo. Essa coisa do ego, do autocentramento. Somos fugazes. Isso angustia muito e nos torna ridículos. 

  Uma atriz que se comporta como diva é ridícula? 




MP: Todas temos momentos de divas ridículas, mas acho que esse papel não rende. O que é uma diva? Aquela que entra no camarim, dá piti e rasga o figurino. Aqui, se rasgar o figurino, não há dinheiro para outro. Aqui, só dá para ser uma diva-fubá (risos). 

  Em 2005, você perdeu seu pai e sua irmã num intervalo de quatro meses. Conseguiu superar essa dor? 




MP: É uma cicatriz que vai estar sempre lá. O ser humano é capaz de sobreviver a coisas incríveis. Mais cedo ou mais tarde, passa. 

  Você demonstra não ter dificuldade para solucionar seus problemas. 




MP: Faço análise há muito tempo, até por curiosidade. Assim como investigo um personagem, também é interessante investigar a personagem Maria. 

  Em sua primeira novela, Água Viva (1980), você foi expulsa da praia por curiosos porque gravaria uma cena de topless. O Brasil está menos careta? 




MP: Não mudou e está mais. O mundo entrou nesse lance de politicamente correto, que é muito careta. As pessoas achavam que era proteção, que não haveria mais discriminação racial, mas na prática não é assim. O brasileiro é muito estranho, pode ir com um fiozinho no peito e na bunda que está vestido. Mas, sem nada, não pode. 

"O ator, em geral, é meio ridículo. Essa coisa do ego, do autocentramento. Somos fugazes. Isso angustia muito e nos torna ridículos."

   A sociedade ficou mais chata? 




MP: Ficou muito mais, mas vai mudar. Os mais jovens não têm paciência com o politicamente correto. Acho o politicamente correto uma burrice. Uma novela como Vale Tudo tem outro sabor, excelência no texto. Parece que a novela era levada mais a sério, até porque o autor estava mais livre para falar o que quisesse. Hoje, existe uma censura velada. Da sociedade mesmo. 

  Para realizar o sonho de montar A Falecida, de Nelson Rodrigues, você posou nua para a Playboy, em 1994. Arrependeu-se? 




MP: Não, as fotos são bonitas. Ia ter patrocínio e não rolou. Estava obcecada, já tinha virado a Zulmira (personagem da peça). Hoje, olhando para trás, acho que estava meio louca (risos). 

  A peça A Escola do Escândalo trata da exposição da vida particular. O que acha do interesse pela intimidade dos artistas? 




MP: Não gosto de fofoca e sou péssima fofoqueira. Às vezes, até quero contar uma história, mas sou muito imprecisa. Tenho preguiça. Aí, resumo e perde a graça. 

 O que você faz para se proteger da exposição? 




MP: Faço tudo que posso para me proteger, mas não me privo de nada. Vou ao restaurante que quero, mas sei que talvez vá aparecer numa foto. 

  Você se prepara para não sair mal na foto? 




MP: Gosto de andar de qualquer jeito, mas, em alguns lugares, como em estreias, não dá. Sei que vou enfrentar um batalhão de fotógrafos. Mas não vou ser hipócrita, claro que faço uma maquiagem melhor e escolho um vestidinho. Por causa dessa produção e porque acho que não é o melhor dia de ver um espetáculo, é raro eu ir. Só vou se algum amigo pede muito. 
  É vaidosa? 




MP: Chegava a ser desleixada. Não tinha saco, nem o mínimo cuidado, mas mudei. Minha vaidade é bem administrada. Faço ginástica e tenho uma alimentação bem legal. 

  Já fez plástica? 




MP: Fiz cirurgia de desvio de septo e mexi na ponta do nariz. A minha vaidade é muito voltada para minha profissão, começou depois que comecei a fazer novela. Mas me arrependi um pouco. Depois que mexeu na cartilagem, o nariz ficou um pouco dolorido e hoje parece que voltou a ser como era antes.




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